Melodia

Seu tio estava chegando de viagem. Ela o adorava. A cada volta ele a trazia um presente diferente. Quando ele chegou a casa, ela correu ao encontro dele. Ganhou uma boneca. Não era bonita, não era meiga, não era nada. A não ser assustadora. Olhou com cara feia para o tio. Veio do Japão, custou muito caro, ela é rara. Correu pro quarto e jogou a boneca de olhos completamente pretos e esbugalhados na estante. Esqueceu-a.
Já à noite, foi dormir. Não conseguia, a boneca a encarava com seus cabelos brancos. Quando finalmente caiu no sono, acordou de novo com o som da janela batendo. Vento? Começou a ouvir uma música, mas não sabia sua origem. Alguém dentro do quarto murmurava uma melodia, e ela não entendia a letra da música. Seria outra língua? Olhou pelo quarto, não viu nada de diferente, a não ser... Onde estava a boneca? Levantou-se para sair do quarto, mas quando chegou à porta, ela estava emperrada. Ou trancada? Começou a gritar enquanto a melodia ficava mais alta.Virou-se. A boneca estava sentada impecável na sua cama, encarando. Quando ela chegou perto da boneca, percebeu seu erro. Quando tinha visto, estava sendo sufocada por seu travesseiro, sentia as pequenas mãos de pano imprensando a fofa almofada contra seu rosto. Já não respirava mais. E durante seus últimos segundos, ela entendeu a ultima frase da melodia. “Você vai para o inferno... inferno... inferno.”
No dia seguinte, sua mãe gritou ao ver o cadáver da sua filha estirado na cama. E do lado a boneca, com um sorriso singelo no rosto, segurando um pedaço de papel escrito em japonês: “Da minha terra vocês me tiraram, e um grande preço pagaram.”

Just business

Dentre as nuvens rodopiava divertido e veloz, procurando seu próximo trabalho. A roupa obviamente do tamanho errado o incomodava, as flechas pendiam quase caindo, seu arco era segurado por suas mãos suadas, seus cachos impecavelmente loiros estavam bagunçados, seus olhos celestes atentos olhando pela paisagem que passava tão rápido devido sua velocidade desumana. Droga. Era novo no trabalho, primeiro dia de muitos a vir e já não o agüentava mais. Continuou a pairar sem ser visto pelo parque florido. Primavera. Época de alta temporada. Época de trabalho sem fim para ele. Fechou os olhos por um instante, e sentiu a brisa leve. Seus olhos calmamente fechados procuravam a paz, nem que fosse por um instante. Sentiu o cheiro amável das flores ao redor. Deu certo, ficou mais calmo. Assim por seguida, viu seu novo alvo. É isso. Uma flecha, um acerto. Colocou-a no arco e sentiu todos os seus músculos bem trabalhados de seus braços se tonificarem para puxá-lo ao máximo. Sentiu a tensão do arco, o vento lhe sussurrando o caminho que deve ser seguido. Soltou a corda. No alvo. Então ele percebe o que fez depois do ver o resultado. Mais um amor no ar. Assim ele suspira de satisfação. Até que não é tão ruim assim, pensa o Cupido.


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Ficou uma bosta, é só pra por algo aqui \o ando sem inspiração :x

Testando, pi pi!

oi :D